quarta-feira, 23 - abril 2025 - 13:51

“VG” Vereador cobra demissão de chefe do DAE por desabastecimento


Vereador Alessandro Moreira (MDB)
Vereador Alessandro Moreira (MDB)

A prolongada crise no abastecimento de água em Várzea Grande ganhou um novo desdobramento nesta terça-feira (22), com duras críticas do vereador Alessandro Moreira (MDB) à gestão do Departamento de Água e Esgoto (DAE-VG). Durante sessão na Câmara Municipal, o parlamentar exigiu a exoneração do presidente do órgão, coronel Sandro Azambuja, e criticou a postura da prefeita Flávia Moretti (PL) diante do problema.

“Se não tem condições, pede para sair. E se não pedir, quem tem a caneta faça o que precisa ser feito”, afirmou Moreira, classificando como “vergonhosa” a situação enfrentada por cerca de 150 mil moradores do bairro Cristo Rei, que sofrem com o desabastecimento.

Moreira também apontou resistência por parte do presidente do DAE em reativar poços artesianos que anteriormente abasteciam a cidade. “Falta diálogo, sobra arrogância. Ele não ouve ninguém, parece nem ser daqui. Do jeito que está, não dá mais”, criticou.

A prefeita Flávia Moretti, que assumiu o mandato em janeiro de 2025, prometeu durante a campanha resolver o problema da falta de água em até 100 dias. Na época, defendeu a concessão do DAE como possível solução. Após assumir, porém, passou a atribuir o problema à antiga rede de tubulações, marcada por vazamentos, e não à escassez de água.

Em fevereiro, diante do agravamento da crise, a prefeita decretou estado de calamidade pública por 180 dias, abrindo caminho para ações emergenciais de recuperação do sistema de abastecimento.

Apesar disso, a gestão do DAE tem sido alvo de críticas por decisões administrativas controversas. Uma delas foi a concessão de férias para cerca de 30 servidores considerados essenciais — entre eles, instaladores, encanadores e fiscais — nos primeiros dias da nova gestão, antes mesmo da publicação do decreto de calamidade. O DAE alegou que os funcionários acumulavam até três anos de férias vencidas e que a liberação foi feita de forma planejada para não comprometer os serviços.

A crise motivou protestos da população. Em fevereiro, moradores do bairro São Matheus bloquearam avenidas e atearam fogo em pneus, cobrando solução para a falta de água. Eles denunciam que, mesmo sem abastecimento regular, continuam recebendo as faturas mensais.

Como parte das medidas anunciadas, a prefeita contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) para realizar um diagnóstico técnico e financeiro da viabilidade da concessão do DAE. O estudo deve durar entre um ano e um ano e meio.

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