CUIABÁ (MT) – O vereador Daniel Monteiro (Republicanos) anunciou, nesta quinta-feira (12), durante sessão na Câmara Municipal, que recusou o convite feito pelo prefeito Abilio Brunini (PL) para assumir a Secretaria Municipal de Educação. Segundo o parlamentar, a decisão está fundamentada no compromisso com o mandato para o qual foi eleito e na necessidade de manter a independência de sua atuação legislativa.

“Eu nem esperava, nos meus melhores sonhos, que com apenas 30 anos e seis meses de mandato seria convidado para comandar uma pasta tão importante, que concentra a maior fatia do orçamento do município”, declarou Monteiro, ao lembrar que a área da Educação consome, por determinação constitucional, 25% da receita corrente líquida. “Conversei com o prefeito e, embora me sinta honrado, disse a ele que não aceitaria.”

Reconhecimento e coerência

Monteiro destacou o papel estratégico da Secretaria de Educação e elogiou o atual titular da pasta, Amauri, com quem já trabalhou quando atuava na Secretaria de Estado de Educação (Seduc). “Aprendi muito com o secretário Amauri. Ele me ensinou sobre metas, prazos, orçamento e gestão pública. Hoje, vejo que Cuiabá está bem servida nessa área”, afirmou.

O vereador reforçou que sua atuação política é orientada pelas necessidades da população, e não por cargos. “A política não é sobre um CPF. É sobre a cidade. E hoje acredito que faço mais diferença como vereador. Tenho um mandato ativo, altivo, e venho contribuindo com a cidade de forma crítica e propositiva”, pontuou.

Compromisso com o mandato

Monteiro também argumentou que seria incoerente deixar o cargo no Legislativo municipal apenas seis meses após assumir. “Fui eleito recentemente, minha história na política está começando. Vim do setor privado, passei pela Seduc e agora estou no Legislativo. Não acho justo abandonar agora a função para a qual o povo me elegeu”, concluiu.

A recusa ocorre em meio a um período de reorganização da gestão municipal, no qual o prefeito Abilio Brunini tem buscado nomes técnicos e políticos para reforçar seu secretariado. Mesmo com a negativa, o vereador garantiu que continuará colaborando com a administração municipal a partir da Câmara, exercendo um papel fiscalizador e propositivo.