O vereador Dilemário Alencar voltou a criticar duramente a instalação de radares eletrônicos em Cuiabá, reacendendo o debate sobre o que ele classifica como uso abusivo do sistema de fiscalização. Segundo o parlamentar, muitos equipamentos estão em funcionamento sem a devida sinalização, escondidos e instalados em locais sem histórico de acidentes.

“Muitos radares estão funcionando sem sinalização ideal, escondidos e em locais que não têm comprovação de acidentes”, denunciou Dilemário, ao afirmar que os equipamentos se transformaram em verdadeiras “arapucas” para os motoristas cuiabanos.

O vereador responsabilizou diretamente a gestão anterior, comandada pelo ex-prefeito Emanuel Pinheiro, pela expansão desordenada do sistema. “Instalaram radares onde não há histórico de acidentes, em semáforos sem temporizador e em avenidas saturadas de fiscalização, como a Prainha. Isso não é proteção, é extorsão com selo oficial”, criticou.

Dilemário destacou ainda que o contrato firmado por Emanuel com a empresa responsável pela operação dos radares custa R$ 37 milhões por ano e tem validade até 7 de julho. Segundo ele, a data será decisiva, pois o atual prefeito, Abilio Brunini, poderá romper o acordo sem a necessidade de pagar multa rescisória.

“Estive com Abilio e ele se comprometeu a desativar boa parte dessas armadilhas. O povo cuiabano quer justiça, não emboscada eletrônica”, afirmou o vereador, que atualmente lidera o governo na Câmara Municipal.

Apesar das críticas, Dilemário reforçou que não é contra o uso da fiscalização eletrônica em si, mas defende que os equipamentos sejam usados com critérios técnicos e foco na segurança viária. “Defendo radar onde salva vidas — não onde enche os cofres à base de pegadinha. A segurança no trânsito precisa ser baseada na transparência, não na surpresa”, concluiu.