- CUIABÁ
- QUARTA-FEIRA, 25 , JUNHO 2025
A vereadora Maria Avalone (PSDB) detonou à moção de apoio apresentada pela presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, Paula Calil (PL), ao projeto de lei que propõe a prisão de mulheres que realizarem aborto após 22 semanas de gestação, mesmo em casos de estupro. Avalone classificou a iniciativa como uma “loucura” e um “absurdo”.
“Esse projeto de lei conhecido como o ‘PL do Estupro’ é uma loucura, um absurdo. Colocaram esse projeto com emergência para que não pudesse ser discutido. A menina que sofreu violência ter que saber se ficou grávida por conta disso e ainda receber uma penalidade se decidir interromper a gestação? Eu não sou a favor do aborto, mas em um caso desse é inadmissível”, afirmou a vereadora em entrevista ao Jornal da Cultura FM, nesta segunda-feira (10).
Nos bastidores do Legislativo, a moção tem gerado desconforto entre os parlamentares e desgaste para a imagem da Câmara Municipal. Além do apoio ao ‘PL do Estupro’, a presidente da Câmara também se posicionou favorável ao Projeto de Decreto Legislativo (PDL) da Câmara dos Deputados, que visa derrubar a resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) sobre diretrizes para o aborto legal em crianças e adolescentes.
Avalone ressaltou que a maioria dos casos de estupro ocorre com meninas de 13 anos, muitas das quais nem têm consciência da gravidez. A parlamentar também criticou o fato de a moção ter sido apresentada durante o mês da mulher. “É triste, partindo de uma mulher, no mês da mulher. Eu, sinceramente, no dia que esse PL foi apresentado, fiquei assustada. Só de falar me dá uma raiva, porque eu não consigo entender como algo tão grave e violento pode receber uma moção de aplauso”, finalizou.