- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 24 , ABRIL 2025
A possibilidade de o presidente Lula convidar o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência gerou um racha na bancada do PSOL na Câmara. Esse convite pode intensificar as divisões no partido, que já enfrenta tensões internas, como a demissão de um assessor da liderança e discussões acaloradas entre os parlamentares.
Uma ala do PSOL se opõe à ideia de participar diretamente do governo Lula, argumentando que o diretório nacional do partido decidiu manter a independência em relação ao governo. A deputada Fernanda Melchionna (RS) enfatizou que a resolução de 2022 previu apoio ao governo em questões sociais, mas sem cargos ministeriais.
O grupo mais alinhado a Boulos, com perfil governista, é majoritário, mas há resistência de uma corrente interna que critica o que consideram “adesismo” e a falta de alternância na liderança. A demissão recente de um economista crítico à política econômica de Lula e os desentendimentos que ocorreram durante a votação dessa demissão evidenciam o acirramento das divisões no partido.
Embora o PSOL tenha apoiado a indicação de Sonia Guajajara para o Ministério dos Povos Indígenas, a tensão persiste quanto à participação em cargos no governo. Até o momento, Boulos e a presidente do PSOL, Paula Coradi, não responderam aos pedidos de comentário sobre a situação.