- CUIABÁ
- SEXTA-FEIRA, 23 , MAIO 2025
14 pacientes em estado grave agonizam enquanto aguardam a transferência da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sara Akemi Ichicava, em Sorriso (397 km de Cuiabá), para hospitais regionais de Mato Grosso.
Nesta quinta-feira (22), um homem ateou fogo em pneus em frente à Secretaria Municipal de Saúde revoltado com a demora na remoção da esposa, de 44 anos, que está com um buraco na barriga e precisa de cuidados especializados.
A paciente stá internada na UPA desde o último sábado (18) e foi classificada como “vaga zero” — termo usado para casos que requerem transferência imediata a um hospital com estrutura para cirurgias. Segundo o marido, a mulher sofreu uma hemorragia interna. Exames apontaram uma abertura de 13 centímetros na região abdominal. A família alega que, há cerca de dois anos, ela passou por uma cirurgia na qual o estômago teria sido costurado de forma incorreta, levando à ruptura de um calombo.
De acordo com nota da Prefeitura de Sorriso, a paciente foi imediatamente inserida no Sistema de Regulação (Sisreg) e, desde então, aguarda vaga para transferência. O município informou que a UPA não realiza procedimentos cirúrgicos, sendo apenas uma unidade de estabilização. Enquanto a vaga não é disponibilizada, a paciente segue sob cuidados clínicos e de enfermagem da equipe da unidade.
Ainda segundo a administração municipal, a UPA está atualmente com 30 pacientes internados, sendo 14 em estado grave, classificados como vaga zero. Todos estão à espera de leitos em hospitais com maior estrutura.
“A Prefeitura de Sorriso lamenta profundamente o fato ocorrido em frente à Secretaria de Saúde e reforça o respeito aos pacientes internados, familiares e amigos e ressalta que todos estão sendo assistidos com o melhor atendimento possível dentro da Unidade de Pronto Atendimento cuja missão é atender com celeridade e respeito à todos que buscam apoio na área da saúde”, cita.
Outro lado
O FatoAgora entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Saúde de Mato Grosso, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem. O espaço permanece aberto para manifestação.
Veja o vídeo: