- CUIABÁ
- SÁBADO, 12 , JULHO 2025
Pelo sétimo mês consecutivo, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou retração em Cuiabá, conforme levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em junho, a queda foi de 0,4%, percentual menor que o registrado no mês anterior. Com isso, o índice atingiu 103,8 pontos, mantendo-se acima da linha de satisfação (100 pontos), mas ainda abaixo do desempenho do mesmo período de 2024, quando registrava 106,2 pontos — uma redução de 2,3% em comparação anual.
Segundo análise do Instituto de Pesquisa da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT), o recuo pode estar relacionado à percepção do consumidor quanto ao futuro, influenciada pelo cenário econômico nacional e pela instabilidade internacional.
Entre os componentes da pesquisa, três apresentaram variação negativa: Perspectiva Profissional (-6,6%), Compra a Prazo (-4,2%) e Momento para Duráveis (-2,5%), todos com desempenho negativo já desde o mês anterior. Por outro lado, houve recuperação em outros indicadores: Emprego Atual (3,1%), Perspectiva de Consumo (3,7%) e Nível de Consumo Atual (3,4%) voltaram a apresentar crescimento — os primeiros resultados positivos desses componentes em 2025.
O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, destacou os sinais de melhora nas expectativas das famílias, apesar da redução do índice geral. “Apesar da queda, o crescimento na avaliação do emprego e do consumo atual demonstra uma leve recuperação nas expectativas, especialmente em comparação aos últimos meses. Além disso, o resultado de Cuiabá segue acima da média nacional”, afirmou.
No cenário nacional, o ICF registrou 100,8 pontos em junho, número ainda próximo da linha de insatisfação, fixada abaixo dos 100 pontos. Assim como em Cuiabá, o índice nacional também recuou na comparação anual, com queda de 2,2 pontos em relação a junho de 2024, refletindo as incertezas econômicas e a cautela das famílias.
“Em Cuiabá, o recuo no consumo das famílias é estimulado por incertezas futuras e pela cautela nas compras de longo prazo. Nacionalmente, apesar de uma estabilidade momentânea, o índice ainda não supera o patamar de consumo do mesmo período do ano passado. Isso demonstra que as famílias seguem buscando equilíbrio entre o desejo de consumir e a responsabilidade de não comprometer o orçamento no longo prazo”, concluiu Wenceslau Júnior.