- CUIABÁ
- SEGUNDA-FEIRA, 5 , MAIO 2025
As recentes mudanças nas políticas de imigração dos Estados Unidos têm gerado preocupações entre estudantes brasileiros que desejam ingressar em universidades americanas. Contudo, as instituições de ensino continuam firmes no propósito de atrair e apoiar estudantes estrangeiros. Elas reconhecem a importância da diversidade cultural no ambiente acadêmico e reafirmam seu compromisso com a internacionalização do ensino.
Especialista em educação superior internacional para alunos brasileiros, Gavur Kirst reforça que a formação acadêmica internacional não só amplia horizontes, como também representa um importante diferencial competitivo. Empregadores valorizam profissionais com vivência internacional, habilidades multiculturais e formação em instituições globalmente reconhecidas.
“Embora as recentes políticas de imigração dos EUA tenham criado desafios adicionais, é crucial que os estudantes brasileiros não se deixem desanimar. As universidades americanas ainda valorizam a diversidade e estão abertas a receber talentos internacionais. Com o devido planejamento e orientação especializada, é plenamente possível conquistar uma vaga e até mesmo obter bolsas de estudo”, afirma
Kirst está à frente da empresa Gold Tassel, que tem como objetivo prestar auxílio a estudantes brasileiros a alcançar o sonho de estudar no exterior. A empresa já orientou mais de mil alunos de todo o país e do exterior, com mais de US$ 35 milhões em bolsas e apoio financeiro conquistados em instituições de destaque.
“Mesmo diante das atuais mudanças, os estudantes brasileiros são encorajados a explorar as inúmeras possibilidades disponíveis. Com dedicação e suporte especializado, é possível transformar o desafio em oportunidade e conquistar uma formação de excelência nos Estados Unidos”, ressalta o diretor.
Os EUA são o principal destino de estudantes internacionais no mundo, com mais de 1 milhão de estrangeiros no ensino superior, sendo pelo menos 41 mil brasileiros matriculados. Apenas em 2023, 16 mil foram para os EUA estudar em uma universidade, a nona nacionalidade mais expressiva no nível superior do país. Ao todo, o Ministério das Relações Exteriores aponta que 1,9 milhão de brasileiros morem nos Estados Unidos.
Medidas como a revogação repentina de mais de 300 vistos de estudantes e o endurecimento da fiscalização em campi universitários têm sido registradas em instituições de prestígio, como Harvard, Stanford e UCLA. Além disso, novas diretrizes permitem que o governo negue vistos com base em conteúdos publicados nas redes sociais considerados controversos. Apesar desse cenário, é importante lembrar que as universidades americanas acolhem estudantes internacionais desde os primórdios de sua formação.
“Mais do que promover a diversidade acadêmica, essas instituições dependem da presença de alunos estrangeiros para preencher vagas que, em razão do envelhecimento populacional e da redução no número de jovens norte-americanos, não têm mais sido ocupadas por candidatos locais. Por isso acreditamos que o atual momento representa um ajuste pontual nas políticas migratórias e que situações como a revogação de vistos tendem a se tornar cada vez mais excepcionai”, aponta Gavur.
Entre os principais incentivos oferecidos pelas universidades estão bolsas de estudo parciais e integrais, inclusive específicas para estudantes latino-americanos; programas de auxílio financeiro baseados em necessidade, disponíveis também para alunos internacionais em algumas universidades; isenção de taxas de inscrição em certos casos, principalmente para estudantes com dificuldades financeiras; oportunidades de trabalho no campus (on-campus jobs) para ajudar nas despesas durante o curso; centros de apoio a estudantes internacionais, que oferecem suporte com visto, moradia, adaptação cultural e orientações acadêmicas; e programas de mentoria e integração intercultural, que facilitam a adaptação e promovem networking.