segunda-feira, 29 - setembro 2025 - 14:32

Presidente do PRD critica eleições e destaca força das emendas


Contrário à reeleição, Mauro Carvalho considera que detentores de mandado levam enorme vantagem em qualquer disputa eleitoral
Contrário à reeleição, Mauro Carvalho considera que detentores de mandado levam enorme vantagem em qualquer disputa eleitoral

O presidente estadual do PRD em Mato Grosso e suplente de senador, Mauro Carvalho, afirmou em entrevista que não pretende disputar nenhum cargo nas eleições de 2026. Ex-secretário-chefe da Casa Civil no governo Mauro Mendes (União), Carvalho também defendeu o fim da reeleição, especialmente no Executivo, como forma de renovar a política e ampliar oportunidades para novas lideranças.

“Sou literalmente contra a reeleição. Precisamos oxigenar a política e permitir a entrada de pessoas novas. No máximo, uma reeleição”, declarou.

Crítica ao desequilíbrio provocado pelas emendas parlamentares

Ao justificar sua decisão de não concorrer, Carvalho apontou o desequilíbrio na disputa eleitoral causado pelo poder das emendas parlamentares. “Se eu fosse candidato, estaria competindo com 24 deputados que recebem R$ 30 milhões em emendas por ano. Em quatro anos, são R$ 120 milhões. Olha a diferença de competitividade que eu teria”, afirmou.

Ele também citou os valores destinados a outros cargos: “Deputado federal recebe cerca de R$ 60 milhões em quatro anos, e senador quase R$ 200 milhões por ano. Em oito anos, são R$ 1,6 bilhão. É uma competição injusta, porque essas emendas vão para os municípios, onde estão as lideranças políticas.”

Reeleição no Executivo: “decisões mais livres sem campanha à vista”

Para Mauro Carvalho, o fim da reeleição no Executivo é ainda mais necessário. “Defendo zero reeleição no Executivo. A renovação é fundamental. Quando o gestor não está mirando uma próxima campanha, as decisões podem ser mais livres e voltadas ao interesse público, sem o viés eleitoral.”

As declarações reforçam o posicionamento do líder do PRD sobre a necessidade de reformar o sistema político e reduzir os desequilíbrios que favorecem quem já está no poder.

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