A presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereadora Paula Calil (PL), classificou a vice-prefeita e secretária de Mobilidade Urbana, Vânia Rosa (Novo), como “despreparada para o diálogo democrático”, em uma nota de repúdio divulgada no fim da tarde desta quinta-feira (7), após embates ocorridos durante sessão no Legislativo.

A reação de Calil veio após a participação polêmica de Vânia na Câmara, onde foi convidada a prestar esclarecimentos sobre o contrato emergencial dos radares. Logo no início da sessão, diversos vereadores esvaziaram o plenário em protesto contra a gestão da secretária e a falta de diálogo com o Parlamento. Ainda assim, a presidente da Casa concedeu cinco minutos para que Vânia se manifestasse. Em sua fala, a vice-prefeita mencionou um suposto “assédio político” por parte de um vereador, sem citar nomes, e ainda rebateu publicamente críticas feitas por Calil. “Difamação é crime”, disparou Vânia.

Em tom firme, Paula acusou Vânia de agir com “desdém, ironia e ameaças veladas” contra vereadores no exercício legítimo de seus mandatos. “É inaceitável que representantes eleitos pelo povo… sejam tratados com desrespeito por uma gestora pública que, além de secretária, ocupa o cargo de vice-prefeita da capital”, diz trecho da nota.

A presidente também criticou o que chamou de recusa da vice-prefeita em manter uma relação institucional com a Câmara. Segundo ela, houve tentativas formais de contato com Vânia, inclusive para convidá-la a um evento voltado às mulheres, mas não houve resposta. “A ausência de retorno e a postura hostil adotada posteriormente… evidenciam a recusa em estabelecer uma relação republicana e colaborativa com o Legislativo”, afirmou Calil.

Ao final do documento, Paula condena o “radicalismo, vaidade e personalismo” demonstrados por Vânia e afirma que a Câmara continuará cumprindo seu papel com “responsabilidade, seriedade e transparência”, sem se curvar a intimidações. “Quando prevalecem a vaidade, o radicalismo ou o personalismo, quem perde é a cidade e o povo cuiabano”, finalizou.

Veja a nota na íntegra:

A presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereadora Paula Calil (PL), vem a público manifestar seu repúdio às declarações proferidas pela vice-prefeita e secretária de Mobilidade Urbana, Vânia Rosa (Novo), durante sua participação na sessão plenária desta quinta-feira (07).

As falas da secretária, marcadas por insinuações de “assédio político” e acusações infundadas contra parlamentares, representam uma grave afronta à independência e ao respeito entre os Poderes, comprometendo a harmonia institucional necessária para a condução dos trabalhos em prol da população cuiabana, prioridade desta Casa de Leis.

É inaceitável que representantes eleitos pelo povo, no exercício legítimo de suas funções de fiscalizar, legislar e encaminhar as demandas da sociedade, sejam tratados com desdém, ironia e ameaças veladas por uma gestora pública que, além de secretária, ocupa o cargo de vice-prefeita da capital.

A tentativa de intimidar vereadores por meio de acusações genéricas, sem citação de nomes ou qualquer embasamento jurídico, revela despreparo para o diálogo democrático e desrespeito ao Parlamento Municipal.

Reforça-se, ainda, que esta Presidência buscou contato com a secretária por diversas vias, com o único objetivo de apresentar demandas da população, fortalecer o diálogo institucional e convidá-la para participar de um evento voltado às mulheres, promovido na Câmara Municipal. A ausência de resposta e a postura hostil adotada posteriormente, registrada em plenário, evidenciam a recusa em estabelecer uma relação republicana e colaborativa com o Legislativo.

Diante disso, a Câmara Municipal de Cuiabá reafirma que continuará cumprindo seu papel com responsabilidade, seriedade e transparência, sem se curvar a posturas autoritárias ou a discursos ofensivos que atentam contra o livre exercício do mandato parlamentar.

Por fim, reitera-se que o diálogo é o único caminho possível para avançar nas soluções que Cuiabá tanto precisa. Quando prevalecem a vaidade, o radicalismo ou o personalismo, quem perde é a cidade e o povo cuiabano.