quarta-feira, 20 - agosto 2025 - 17:42

Preço da cesta básica cai em 15 das 27 capitais em julho


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O preço médio da cesta básica de alimentos caiu em 15 capitais brasileiras e subiu em outras 12, no mês de julho, conforme aponta a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta quarta-feira (20) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em parceria com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Pela primeira vez, o levantamento abrange todas as 26 capitais e o Distrito Federal — anteriormente, era realizado em apenas 17 cidades.

As maiores quedas foram registradas em Florianópolis (-2,6%), Curitiba (-2,4%), Rio de Janeiro (-2,3%) e Campo Grande (-2,1%). Já os aumentos mais expressivos ocorreram no Nordeste, com destaque para Recife (2,8%), Maceió (2%), Aracaju (2%), João Pessoa (1,8%), Salvador (1,8%), Natal (1,4%) e São Luís (1,4%).

Entre as capitais com os maiores valores da cesta, São Paulo lidera, com R$ 865,90, seguida por Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48). Já os menores valores foram verificados nas capitais do Norte e Nordeste, como Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$ 635,08) e Porto Velho (R$ 636,69).

Alta acumulada

Na comparação com julho de 2024, todas as 17 capitais anteriormente pesquisadas apresentaram alta no preço da cesta, com variações que vão de 2% (Belém) a 19,5% (Recife). No acumulado do ano, também houve aumento em todas elas, com destaque novamente para Recife, com elevação de 11,4%.

Salário mínimo deveria ser R$ 7.274,43

Com base na cesta mais cara — a de São Paulo — e levando em conta a previsão constitucional de que o salário mínimo deve atender às necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, o Dieese calcula que o valor ideal do mínimo em julho de 2025 deveria ser de R$ 7.274,43, o que representa 4,79 vezes o atual, fixado em R$ 1.518.

Ainda segundo a pesquisa, o trabalhador que recebe o salário mínimo líquido (com desconto de 7,5% da Previdência) comprometeu, em média, 50,9% da renda para comprar a cesta básica em julho. No mês anterior, esse percentual foi de 51,1%.

Variação por produto:

Arroz: O preço do quilo caiu em quase todas as capitais, com exceção de Recife, que teve leve alta de 0,65%. As maiores quedas ocorreram em Porto Velho (-7,1%), Palmas (-5,2%) e Florianópolis (-5%).

Feijão: Diminuição nos preços em 24 capitais. O feijão preto registrou queda em todas as cidades onde é pesquisado, como Vitória (-6,9%) e Florianópolis (-5,2%). Já o feijão carioca teve aumento em apenas três capitais: Porto Velho (0,6%), Maceió (0,4%) e São Luís (0,3%).

Café em pó: O quilo do produto ficou mais barato em 21 capitais, com destaque para Belo Horizonte (-8,1%) e Teresina (-3,9%). Subiu em Macapá (7%), Cuiabá (1,3%) e Boa Vista (1,1%).

Segundo o Dieese, mesmo com estoques enxutos, a colheita nacional de café e o aumento da oferta pressionaram os preços para baixo, influenciados pelas cotações internacionais.

Carne bovina de primeira: O preço oscilou nas 27 capitais — subiu em 11, como Boa Vista (2%) e Salvador (1,8%), e caiu em 16, sendo a maior queda em Belém (-2,9%). A redução foi atribuída à desaceleração no abate e à demanda externa aquecida, além do impacto de tarifas de 50% para exportações brasileiras aos EUA.

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