sexta-feira, 7 - novembro 2025 - 15:35

Dupla condenada por matar jovem por seguro milionário


Fachada do Fórum de Rondonópolis, onde ocorreu o júri nessa quarta-feira. Vítima foi assassinada a tiros em 2016. Mandantes seguem sem julgamento
Fachada do Fórum de Rondonópolis, onde ocorreu o júri nessa quarta-feira. Vítima foi assassinada a tiros em 2016. Mandantes seguem sem julgamento

Dois homens foram condenados nesta quarta-feira (5) pelo Tribunal do Júri de Rondonópolis (a 220 km de Cuiabá) pelo assassinato de Paulo Sander Alves, crime motivado por um seguro de vida de R$ 1,8 milhão.

Jean Paolo de Lima Pirolla recebeu pena de 18 anos de reclusão e 10 dias-multa, enquanto Uemerson Gonçalves de Souza foi condenado a 19 anos de prisão. As penas deverão ser cumpridas em regime fechado, e os réus não poderão recorrer em liberdade.

O Conselho de Sentença reconheceu que o homicídio foi cometido com recurso que dificultou a defesa da vítima, além de confirmar o porte ilegal de arma de fogo de uso restrito praticado por Jean Paolo. A sessão de julgamento durou cerca de 13 horas e teve atuação das promotoras de Justiça Ana Flávia de Assis Ribeiro e Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, esta última designada pelo Grupo de Atuação Especial no Tribunal do Júri (GAEJúri).

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), o crime ocorreu em fevereiro de 2016, por volta das 19h, no Guincho Auto Socorro Brasil Resgate, localizado no bairro Jardim Monte Líbano.

O homicídio foi planejado por Fábio Sérgio Vitor e Valéria Gonçalves Teixeira, proprietários do estabelecimento, com o objetivo de receber a indenização do seguro de vida contratado em nome da vítima, que trabalhava na empresa. Valéria era beneficiária de 90% do valor segurado.

As investigações apontaram que, no dia do crime, a vítima foi atraída para o escritório da empresa. Jean Paolo, porteiro do prédio onde o casal morava, foi acionado para participar da execução, acompanhado de outros comparsas armados. A entrada dos criminosos foi facilitada por Uemerson, primo de Valéria e também funcionário do guincho. Paulo Sander foi morto a tiros dentro do estabelecimento.

Segundo a promotora Ana Flávia de Assis Ribeiro, o seguro de vida foi contratado cerca de 20 dias antes do assassinato. Os mandantes do crime também foram denunciados pelo MPMT, mas ainda não foram julgados, pois o processo foi desmembrado.

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