Cuiabá voltou a acender sinal de alerta contra o Aedes aegypti. O 4º Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre 29 de setembro e 3 de outubro, aponta que a capital está em risco médio para transmissão de arboviroses. No entanto, quatro dos 27 estratos avaliados apresentam alto risco, com índices de infestação predial acima de 4,0. Ao todo, 11.594 imóveis foram vistoriados pela equipe de vigilância.

O cenário epidemiológico reforça a preocupação: a chikungunya já soma 11.010 casos confirmados em 2025, com 27 mortes registradas e 12 óbitos em investigação. A dengue contabiliza 1.514 casos, enquanto a zika registra 5 confirmações. O alerta foi emitido nesta sexta-feira (7).

Bairros críticos concentram maior infestação

Os pontos mais críticos do levantamento estão distribuídos nas regiões Norte, Oeste e Sul da cidade. O Estrato 21, na região Norte, registrou o maior Índice de Infestação Predial (IIP) de 5,2, abrangendo bairros como Bosque dos Ipês, Paiaquas, Itapuã, Três Poderes, Chico Mendes, Altos de Cuiabá, Paraisópolis, Filadélfia, União, Silvanópolis, Vitória, Altos do Chapada, além dos condomínios da Volta da Serra/Bikas e do Centro Político-Administrativo.

Na região Oeste, o Estrato 20, que inclui o Distrito da Guia, apresentou IIP de 4,9. Já o Estrato 5, no setor Sul, abrange a região do Pedra 90 e arredores, com índice de 4,6. Todos os estratos estão acima do limite que define alto risco para proliferação do mosquito.

Maioria dos focos encontrados no solo

O levantamento apontou que 67,8% dos criadouros estão em depósitos de água ao nível do solo, como baldes, tinas, caixas e tonéis sem tampa — locais que acumulam água facilmente durante o período chuvoso e favorecem a reprodução do mosquito.

Outros focos foram identificados em:

• Depósitos móveis (vasos, bebedouros): 16,3%

• Lixo e materiais descartados: 10,6%

• Depósitos fixos (calhas, obras, tanques): 4,5%

• Pneus: 0,8%

Não houve registro de focos em caixas d’água elevadas ou criadouros naturais nesta edição.

Chikungunya lidera casos e óbitos

A chikungunya segue sendo a arbovirose mais expressiva em 2025, com mais de 11 mil casos confirmados e circulação intensa em Cuiabá. A maioria dos óbitos ocorreu entre idosos ou pessoas com comorbidades, reforçando a necessidade de atenção redobrada à prevenção.