- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 1 , MAIO 2025
Um pastor de uma igreja no bairro Pedra 90, em Cuiabá, foi identificado como o principal alvo da Operação Falso Profeta, deflagrada na manhã desta quinta-feira (20) pela Polícia Civil de Mato Grosso.
Apontado como líder de uma facção criminosa, ele é suspeito de comandar um esquema de extorsão e lavagem de dinheiro contra comerciantes do setor de distribuição de água mineral em Cuiabá e Várzea Grande. O religioso está foragido no Rio de Janeiro.
A operação foi realizada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco). As investigações revelaram que o grupo coagia comerciantes de distribuição de água mineral em Cuiabá e Várzea Grande, obrigando-os a comprar apenas os galões fornecidos pela facção e a pagar uma taxa de R$ 1 por unidade vendida.
30 ordens judiciais e R$ 1,5 milhão bloqueados
Ao todo, foram cumpridas 30 ordens judiciais, incluindo:
• 7 mandados de prisão preventiva
• 9 mandados de busca e apreensão
• 2 determinações de proibição de atividade econômica
• 5 sequestros de veículos
• 7 bloqueios de contas bancárias, com valores que podem chegar a R$ 1,5 milhão
As ações ocorrem em Cuiabá, Várzea Grande e no Rio de Janeiro, onde o líder do esquema está escondido.
Ameaças e coação aos comerciantes
O esquema, chamado de “Projeto Água 20 LT”, era coordenado por membros da facção criminosa, que utilizavam grupos de WhatsApp para monitorar e intimidar os comerciantes. Caso as ordens não fossem cumpridas, os empresários sofriam ameaças, inclusive com a promessa de visitas presenciais para “resolver a situação”.
As investigações apontam que o administrador do grupo era um dos líderes da facção, responsável pelo controle financeiro e logístico das extorsões. Outros integrantes tinham a função de visitar distribuidoras para reforçar a cobrança da taxa e garantir que os comerciantes comprassem exclusivamente a água vendida pelo grupo criminoso.
Lavagem de dinheiro e ligação com o crime organizado
Além da extorsão, a facção utilizava empresas de fachada para lavar dinheiro e movimentar valores sem comprovação de origem lícita. A investigação também revelou que um dos alvos possuía uma distribuidora de água utilizada para o esquema e um caminhão dedicado ao transporte dos galões comercializados pela facção.
O pastor foragido é apontado como o mentor da operação criminosa e tem vínculos diretos com a facção no Rio de Janeiro. O nome “Falso Profeta” foi escolhido para a operação justamente por ele ocupar uma posição religiosa enquanto comandava as atividades ilegais.
Denúncias
A Polícia Civil reforça que denúncias anônimas podem ser feitas pelo serviço “Disque Extorsão contra Facções Criminosas”, pelo telefone 181 ou pela plataforma virtual do programa Tolerância Zero.
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