quarta-feira, 16 - abril 2025 - 15:05

Justiça homologa acordo e livra empresário e esposa de ação por desvio de R$ 9,4 milhões


ALMT
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A juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, homologou os acordos firmados entre o Ministério Público Estadual (MPE) e o empresário Valdir Daroit e sua esposa, Leila Clementina Sinigaglia Daroit, na ação penal que apura crimes de lavagem de dinheiro relacionados à Operação Ventríloquo. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (14).

A Operação Ventríloquo investigou um esquema que desviou R$ 9,4 milhões da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) entre os anos de 2013 e 2014. Pelo acordo, Valdir Daroit se comprometeu a pagar R$ 42 mil, enquanto Leila pagará R$ 20 mil. Em contrapartida, ambos foram retirados do processo.

A juíza advertiu que os acordos serão revogados imediatamente caso os réus descumpram qualquer das condições impostas. A decisão segue na linha de outras desobrigações recentes, como a de Edilson Guermandi de Queiroz, e dos ex-servidores da ALMT, Ana Paula Ferrari Aguiar e Odenil Rodrigues, que também firmaram compromissos financeiros para resolver a ação. Edilson pagará R$ 128,7 mil, Ana Paula R$ 20 mil e Odenil R$ 10 mil.

Ainda respondem à ação os ex-deputados estaduais Gilmar Fabris e Mauro Savi, além de José Antonio Lopes, Claudinei Teixeira Diniz, Marcelo Henrique Cini e Cleber Antônio Cini. O ex-deputado Romoaldo Júnior, que também respondia ao processo, faleceu em março do ano passado.

Operação Ventríloquo

De acordo com a denúncia do MPE, Romoaldo Júnior e Mauro Savi, em parceria com o ex-deputado José Riva, teriam formado uma “organização criminosa” para desviar dinheiro dos cofres da Assembleia Legislativa. O grupo teria desviado aproximadamente R$ 9,4 milhões por meio de um pagamento de uma dívida de seguro contratada pelo Legislativo com o antigo Banco Bamerindus.

Além do desvio, o MPE alega que os acusados ocultaram e dissimularam a origem dos valores, com a colaboração de empresários e assessores parlamentares, incluindo Valdir e Leila Daroit, José Antonio Lopes, Ana Paula Ferrari Aguiar, Claudinei Teixeira Diniz, Marcelo Henrique Cini, Cleber Antônio Cini e Edilson Guermandi de Queiroz.

Em relação ao deputado Gilmar Fabris, o MPE sustenta que ele teria sido beneficiário de R$ 95 mil dos valores desviados, tendo ciência da origem ilícita dos recursos, e providenciado sua “lavagem” com a ajuda de sua ex-assessora Ana Paula Ferrari Aguiar.

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