O vereador Rafael Ranalli (PL) se posicionou com firmeza, na manhã desta terça-feira (27), a favor de uma campanha de conscientização sobre os perigos do vício em plataformas digitais, como os populares jogos de “tigrinho” e as apostas online (“bets”).

Ranalli propôs um projeto educativo e pretende intensificar a discussão em datas simbólicas, como o Dia Mundial do Jogo Consciente, celebrado em 17 de fevereiro.

O parlamentar manifestou profunda preocupação ao comentar um caso recente de suicídio de uma jovem cuiabana, motivado por dívidas relacionadas a jogos eletrônicos.

“A preocupação é real, pois tivemos, neste último final de semana, a primeira morte por suicídio na capital, causada por esse vício. Fico até transtornado ao falar disso, porque é um vício. Comparo muito o ‘tigrinho’ e as ‘bets’ ao álcool, que também é um vício legalizado e que ceifa vidas”, afirmou Ranalli.

Segundo ele, a jovem enfrentava um quadro de depressão, que foi agravado pelas dívidas acumuladas nos jogos online.

“A família relatou que ela já estava em tratamento por depressão, mas as dívidas relacionadas aos jogos eletrônicos agravaram ainda mais seu quadro,” destacou o vereador.

O projeto apresentado ainda está em fase de protocolo e tem foco apenas na conscientização. Ranalli reforçou que, embora defenda a liberdade individual, a realidade brasileira exige uma postura mais firme.

“Sou liberal, e muita gente pode discordar, mas isso não pode ficar apenas a cargo da pessoa. O brasileiro está se matando por causa disso,” ressaltou.

Para o vereador, o problema já ultrapassou o entretenimento e se tornou uma questão de saúde pública.

“Quando essas pessoas começam a prejudicar suas famílias, a tirar dinheiro do sustento para apostar, já não é mais uma escolha pessoal, mas um problema coletivo,” alertou.

Ranalli também criticou duramente influenciadores digitais que promovem jogos online.

“Tenho tentado alertar as pessoas: a banca nunca perde, e não vai fazer você ganhar. O objetivo da banca é lucrar. Recentemente, citei uma influenciadora e a chamei de palhaça, porque ela faz um grande circo, ganhando em cima da perda dos outros. O influenciador que incentiva você a jogar lucra com sua perda, portanto, não quer o seu bem,” afirmou.

O vereador encerrou o discurso convocando outras vozes públicas a se unirem contra o avanço do vício digital.

“Como político, quero alertar a população e peço que outras pessoas com alcance e influência façam o mesmo: orientem para que as pessoas não joguem. E, se forem jogar, que façam isso com consciência e sem extrapolar os limites,” concluiu.