segunda-feira, 19 - maio 2025 - 09:50

Joe Biden é diagnosticado com câncer de próstata agressivo com metástase óssea


Ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden
Ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden

O ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, de 82 anos, foi diagnosticado na última sexta-feira (16) com uma forma agressiva de câncer de próstata com metástase para os ossos, conforme confirmou neste domingo (18) um porta-voz do político do Partido Democrata.

De acordo com a nota oficial, o diagnóstico foi feito após Biden apresentar sintomas urinários. Exames revelaram um “pequeno nódulo” na próstata que exigiu avaliação adicional. A doença foi classificada com uma pontuação de Gleason 9 (Grupo de Grau 5), um dos níveis mais altos de agressividade da patologia.

“O câncer parece ser sensível a hormônios, o que permite um controle mais eficaz”, informou a nota. A família Biden está avaliando as opções de tratamento junto aos médicos.

Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, o câncer de próstata é o mais comum entre os homens e, geralmente, se manifesta após os 65 anos. A metástase indica um estágio avançado da doença, quando células cancerígenas se espalham para outras partes do corpo, como ossos e pulmões.

Histórico médico e apoio de aliados

Este não é o primeiro enfrentamento de Biden contra o câncer. Antes de assumir a presidência em 2021, ele já havia passado por cirurgias para remoção de vários cânceres de pele. Em 2023, também foi retirado um carcinoma basocelular de seu tórax.

Diversas figuras públicas manifestaram apoio ao ex-presidente. Donald Trump, seu principal adversário político, afirmou estar “entristecido” com a notícia. A ex-vice-presidente Kamala Harris o descreveu como “um lutador”, enquanto o ex-presidente Barack Obama afirmou, em publicação na rede X:

“Ninguém fez mais para encontrar tratamentos inovadores para o câncer do que Joe. Estou confiante de que ele enfrentará esse desafio com sua determinação e elegância características. Oramos por uma recuperação rápida e completa.”

Saúde fragilizada e fim da carreira política

Joe Biden presidiu os Estados Unidos entre 2021 e 2024, após vencer Donald Trump nas eleições de 2020. Antes disso, foi vice de Obama entre 2009 e 2016. Em 2023, lançou-se candidato à reeleição, aos 81 anos, mas sua saúde passou a ser questionada por adversários e integrantes de seu próprio partido.

As dúvidas se intensificaram após o primeiro debate da eleição de 2024, quando Biden apresentou falas confusas e repetitivas. Em uma coletiva após o evento, ele confundiu o nome de Kamala Harris com o de Donald Trump, ao ser questionado sobre a capacidade da ex-vice em enfrentá-lo:

“Eu não teria escolhido Trump se não achasse que teria chance de vencer”, declarou, sem perceber o erro.

Pouco antes, durante a cúpula da OTAN em Washington, Biden chamou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de “presidente Putin” — referência ao líder russo e opositor direto na guerra. O equívoco foi corrigido logo em seguida, mas reforçou preocupações sobre seu estado cognitivo.

Retirada da candidatura e vitória de Trump

Em julho de 2024, Biden retirou sua candidatura à reeleição e declarou apoio a Kamala Harris como representante democrata na disputa. Em carta publicada nas redes sociais, afirmou:

“Tem sido a maior honra da minha vida servir como seu presidente. Embora minha intenção fosse buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me retire.”

Kamala, no entanto, foi derrotada por Donald Trump nas eleições de novembro. O republicano venceu em todos os principais estados decisivos e somou 312 votos no colégio eleitoral, superando os 270 necessários para retornar à Casa Branca em 20 de janeiro de 2025.

Vida pós-presidência e relatos sobre saúde mental

Desde então, Biden tem levado uma rotina mais discreta, residindo em Delaware e viajando esporadicamente a Washington para reuniões com sua equipe. Após os 100 primeiros dias de governo de Trump, Biden deu entrevistas nas quais refutou alegações de declínio cognitivo:

“Eles estão errados. Não há nada que sustente isso”, afirmou durante participação no programa “The View”.

Entretanto, trechos do livro “Pecado Original”, dos jornalistas Jake Tapper e Alex Thompson, publicados recentemente, detalham episódios que indicariam dificuldades de memória e confusão.

Além disso, um áudio da entrevista de 2023 concedida a Robert K. Hur, conselheiro especial que investigava o manuseio de documentos sigilosos por Biden, reacendeu os questionamentos. Na gravação, divulgada pelo portal Axios, a voz de Biden soa frágil, e ele apresenta dificuldade para lembrar datas e fatos com precisão.

O conselheiro especial não recomendou acusações, argumentando que um júri poderia considerar Biden um “homem idoso, simpático e bem-intencionado, com memória fraca”.

Histórico familiar e combate ao câncer

A família Biden tem enfrentado vários desafios relacionados à saúde. Em 1988, Joe Biden sobreviveu a dois aneurismas cerebrais, que ameaçaram sua carreira política. Em 2015, perdeu o filho mais velho, Beau Biden, vítima de um glioblastoma, um tipo de câncer cerebral agressivo.

Durante sua presidência, Biden lançou o programa “Missão Lunar contra o Câncer”, com o objetivo de reduzir pela metade a taxa de mortalidade por câncer em 25 anos, em homenagem ao filho. A iniciativa foi uma das prioridades de seu governo e fortaleceu investimentos em pesquisa e inovação na área da saúde.

+