quinta-feira, 24 - julho 2025 - 13:37

Vídeo mostra prisão de 'advogado fake' que aplicou golpe de R$ 300 mil em idosos em VG


Reprodução
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Imagens mostram a prisão do falso advogado que aplicou R$ 300 mil em golpes contra idosos, durante a operação Rábula, deflagrada nesta quinta-feira (17) pela Polícia Civil de Mato Grosso. Dois homens, de 27 e 39 anos, foram identificados como seus comparsas e também são alvos de mandados, porém um deles não foi localizado e segue foragido.

A ação foi conduzida pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande (Derf-VG) com o objetivo de desarticular um grupo criminoso que aplicava fraudes eletrônicas contra idosos aposentados ou beneficiários de assistência social. Ao todo, foram cumpridos mandados de prisão preventiva, busca e apreensão e bloqueio de valores, expedidos pela 5ª Vara Criminal de Várzea Grande, com apoio do Ministério Público Estadual.

O líder do esquema, um homem de 31 anos, se apresentava como advogado especializado em direito previdenciário. No entanto, apesar de formado em Direito, ele não possui registro na OAB. Para enganar as vítimas, ele usava trajes sociais e linguagem técnica jurídica, além de contar com o apoio de dois comparsas, um deles se passava por seu motorista. Um dos envolvidos está foragido.

Segundo as investigações, iniciadas em março deste ano, o grupo atuava principalmente em Cuiabá e Várzea Grande, aplicando golpes que consistiam na contratação de empréstimos em nome dos idosos, por meio de acesso indevido às contas bancárias via aplicativo. Os valores variavam entre R$ 18 mil e R$ 24 mil, parcelados em até 96 vezes, o que gerava um impacto devastador nas finanças das vítimas.

Um dos casos mais graves identificados envolveu uma idosa que, além de pagar R$ 10 mil em “honorários”, recebeu depois um carnê de financiamento de uma caminhonete Toyota Hilux, avaliada em R$ 278 mil. Outra vítima teve a conta completamente zerada, enquanto uma terceira desenvolveu síndrome do pânico e depressão, temendo que os golpistas estivessem vigiando sua casa.

Os dois comparsas do falso advogado também lucraram com os crimes. Um deles, que já foi condenado por roubo majorado, recebeu grande quantia oriunda das contas das vítimas. O outro possui histórico extenso: dez registros criminais e 6 condenações, 5 por roubo e uma por porte ilegal de arma de fogo.

A delegada responsável pela investigação, Elaine Fernandes, classificou a atuação do grupo como “extremamente cruel”:

“Eles arrancam dos idosos o pouco que recebem, o que muitas vezes mal dá para se alimentar com dignidade. O dano não é apenas financeiro, mas também emocional e psicológico. Muitos tiveram o nome negativado e vivem agora com medo”, disse.

A operação foi batizada de Rábula, termo que define o bacharel em direito que atua como advogado sem habilitação legal, justamente o papel desempenhado pelo principal investigado para enganar suas vítimas.

As investigações seguem em andamento para localizar o terceiro suspeito e identificar possíveis novas vítimas do grupo.

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