Em resposta a mais uma investida da oposição, o Partido dos Trabalhadores (PT) tem reforçado aos parlamentares que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetará qualquer proposta de anistia que venha a ser aprovada pelo Congresso Nacional. O recado vem sendo transmitido pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), especialmente em conversas com bancadas do centrão.

Nesta semana, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro intensificaram articulações com partidos de centro para impulsionar um projeto que prevê o perdão a condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também se envolveu na movimentação e procurou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir o tema.

Para aliados do Palácio do Planalto, a articulação tem como objetivo viabilizar politicamente o nome de Tarcísio como presidenciável em 2026, com o aval direto de Bolsonaro.

Nos bastidores, Lindbergh tem reiterado que o veto presidencial será aplicado a qualquer texto que avance no Congresso, seja na Câmara ou no Senado. No Senado Federal, uma proposta de anistia também está sendo articulada pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), mas essa não inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A possibilidade de uma anistia geral reacende o embate entre governo e oposição em torno da responsabilização pelos ataques às instituições democráticas ocorridos em Brasília. O Planalto considera que qualquer sinal de perdão amplia o risco de impunidade e enfraquece a credibilidade das instituições.