- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 24 , ABRIL 2025
Na posse dos novos ministros, Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha, ambos destacaram a importância de uma melhor articulação política do governo. Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, os dois fizeram acenos e recados para aliados e até para desafetos políticos, com foco na pacificação das relações com o Congresso, estados, municípios e partidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não discursou, deixando a missão de encantar os aliados para os dois ministros.
Padilha, novo titular da Saúde, fez um aceno aos ex-presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de agradecer aos atuais chefes das Casas, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), presentes na cerimônia. Gleisi, agora responsável pela Secretaria de Relações Institucionais (SRI), também enfatizou sua intenção de estabelecer uma relação respeitosa e direta com os presidentes das Casas e líderes de partidos aliados, buscando uma base de apoio “estável”.
Os recados aconteceram em um momento de insatisfação de partidos do centro com o Executivo e possíveis ameaças de saída da base aliada. A reforma ministerial, que inclui essas mudanças, busca reverter a queda na popularidade do governo de Lula. Padilha, ao assumir a Saúde, tem como missão transformar a pasta em uma vitrine para o governo, com foco no programa “Mais Acesso a Especialistas”, visando reduzir o tempo de espera por atendimentos especializados.
Gleisi também agradeceu a líderes aliados, reforçando seu compromisso com uma atuação conjunta e destacando o papel de Lula em nomear mais mulheres para cargos de poder. Ela ainda elogiou Alexandre de Moraes, do STF, pela defesa da democracia, e criticou os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. No discurso, a ministra fez um apelo à política de coerência, compromisso e construção de alianças, destacando a diferença entre a política democrática e projetos autoritários de poder.
Além disso, Gleisi mencionou o trabalho de Nísia Trindade, ex-ministra da Saúde, que foi alvo de críticas políticas, especialmente pela pressão sobre a liberação de verbas. A demissão de Nísia, a terceira mulher a deixar o governo, foi abordada por Gleisi, que defendeu a importância das nomeações femininas feitas por Lula.