O vereador sargento Joelson (PSB) ainda não apresentou recurso contra a decisão judicial que o afastou do cargo na Câmara de Cuiabá. A estratégia, segundo informações do Jornal A Gazeta, tem sido aguardar os desdobramentos do caso envolvendo o também afastado vereador Chico 2000 (PL), que sofreu nova derrota no Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta quarta-feira (18).

O ministro Ribeiro Dantas rejeitou o pedido de habeas corpus impetrado por Chico, mantendo a decisão que o tirou das funções parlamentares. Foi a terceira negativa enfrentada pelo liberal, que já havia sido derrotado em recursos anteriores no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), inclusive por decisão unânime da Quarta Câmara Criminal.

Ambos os vereadores são alvos da Operação Perfídia, que investiga a cobrança de propina em troca da aprovação de um projeto de lei que permitia a renegociação de dívidas da Prefeitura. A medida visava liberar certidões negativas e, com isso, garantir o repasse de verbas a empresas contratadas, entre elas, a HB20 Construções. Segundo o Ministério Público, o então presidente da Câmara, Chico 2000, teria autorizado Joelson a negociar propina no valor de R$ 250 mil com representantes da empresa.

Ainda conforme A Gazeta, conversas de áudio e mensagens entre Joelson e o representante da empresa indicam que Chico tinha ciência das negociações. Um pagamento de R$ 150 mil por PIX a uma pessoa ligada ao vereador teria sido identificado pelos investigadores.

Diante desse cenário, os advogados de Joelson avaliam que o momento não é oportuno para judicializar o pedido de retorno. A expectativa é de que o recurso só seja formalizado ao fim do inquérito, como forma de evitar desgastes desnecessários e apostar em uma defesa técnica baseada no conjunto final das provas.