O prefeito de Chapada dos Guimarães, Osmar Froner (União Brasil), classificou como “situação grave” o atual estado de acesso ao município turístico e encaminhou um ofício ao presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Max Russi (PSB), solicitando apoio emergencial. No documento, recebido nesta quinta-feira (26), Froner pede que os parlamentares atuem como interlocutores junto ao Governo do Estado e à Secretaria de Infraestrutura para viabilizar a liberação do tráfego de veículos pesados em três rotas alternativas.

Desde dezembro de 2023, o tráfego na principal via de acesso à cidade — a MT-251, no trecho conhecido como Portão do Inferno — está comprometido devido aos riscos de deslizamento. Durante o período chuvoso, o trânsito no local chegou a ser totalmente interrompido. As obras de retaludamento do morro, autorizadas pelo governo estadual após longos debates com o governo federal, estão paralisadas.

“Essas liberações contribuirão para minimizar os impactos da paralisação das obras do Portão do Inferno e manterão o abastecimento da cidade, com redução de custos de frete e maior fluxo de pessoas, o que aquece a economia local”, argumentou o prefeito.

Três pedidos emergenciais

No ofício, Froner solicita autorização para:

1. Liberação da circulação de veículos de até 9 toneladas nos dois sentidos da MT-251, com base em relatório técnico da Uniselva já conhecido pelo governo estadual;

2. Trânsito de veículos com até 48 toneladas no trecho Chapada – Mirante – Campo Verde, ainda na MT-251, permitindo o escoamento da produção agrícola por uma rota alternativa;

3. Autorização para veículos de até 48 toneladas trafegarem na MT-246 (Água Fria – Manso), especialmente durante o período de estiagem, quando a via — ainda não totalmente pavimentada — se torna mais viável.

Segundo o prefeito, o uso dessas alternativas é essencial para garantir o abastecimento da população, o escoamento de insumos agrícolas, como o calcário, e a redução de custos logísticos enfrentados por produtores e comerciantes locais.

Impasse e paralisação das obras

Na última terça-feira (24), o governador Mauro Mendes (União Brasil) reconheceu a existência de “inconsistências geológicas” não identificadas durante a elaboração do projeto inicial para o corte do morro no Portão do Inferno. De acordo com Mendes, os estudos apontaram grande dificuldade — ou quase impossibilidade — de prosseguir com a proposta original, e uma nova solução técnica está sendo avaliada.

A obra de corte havia sido licenciada em junho de 2023 pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Com a liberação ambiental, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) realizou uma licitação emergencial e contratou a empresa Lotufo Engenharia, vencedora com a proposta de R$ 29,5 milhões.

Assembleia cobra agilidade

O presidente da Assembleia, Max Russi, afirmou nesta quarta-feira (25) que o Legislativo tem cobrado agilidade por parte do governo estadual na resolução do impasse. Ele reforçou que a crise afeta diretamente o abastecimento, o turismo e a economia de Chapada dos Guimarães.