O Governo de Mato Grosso anunciou a construção de um túnel na região do Portão do Inferno, na rodovia MT-251, entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães. A decisão foi tomada após o governador Mauro Mendes (União) admitir erro nos estudos iniciais e reconhecer a possibilidade de inviabilidade das obras de recorte do paredão. As ações no trecho começaram em agosto do ano passado, mas avançaram pouco desde então, o que levou à reavaliação da estratégia.

Inicialmente, o recorte da encosta (retaludamento) era considerado a alternativa mais rápida para restabelecer o tráfego na rodovia. No entanto, diante das novas informações técnicas e dos desafios do terreno, o túnel se consolidou como a melhor solução a longo prazo, mesmo com um prazo de execução mais extenso.

Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), o anteprojeto de engenharia está em fase de elaboração e servirá de base para a licitação integrada que contratará a empresa responsável pela obra. A expectativa é que o edital seja publicado em agosto deste ano.

A opção pelo túnel foi apontada como a solução mais segura e com menor impacto social, ambiental e paisagístico. A estrutura permitirá preservar o entorno natural da rodovia e manter o tráfego durante a execução dos trabalhos. A mudança no projeto foi embasada por pareceres técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O governo alega que a nova proposta só foi possível após a realização de sondagens geotécnicas e estudos mais precisos da rocha, que incluíram tecnologia de detecção remota e ensaios geofísicos. Esses levantamentos só puderam ser feitos com o avanço das obras emergenciais iniciadas no local.

A Sinfra-MT destaca que as intervenções já realizadas não serão descartadas, independentemente da mudança de projeto. A retirada de grandes blocos rochosos e a estabilização de taludes foram fundamentais para reduzir riscos imediatos aos motoristas e garantir condições mínimas de segurança na via.

Desde os deslizamentos e quedas de rochas registrados em dezembro de 2023, o governo adotou medidas emergenciais, como a instalação de barreiras dinâmicas e a restrição à circulação de veículos pesados.