Mato Grosso registrou o maior aumento proporcional de roubos e furtos de celulares no país em 2024, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Entre os estados, apenas Tocantins também apresentou crescimento, embora em proporção menor.

Segundo o levantamento, o número de celulares furtados e roubados em Mato Grosso saltou de 8.688 ocorrências em 2023 para 10.906 em 2024 — um crescimento superior a 25%. Já Tocantins registrou um aumento de 3.806 para 4.041 casos no mesmo período.

Apesar do avanço nos crimes envolvendo celulares, Mato Grosso apresentou redução em outras modalidades de violência patrimonial. Os roubos em geral caíram 20,2%, passando de 5.144 para 4.170 registros. Os furtos e roubos de veículos recuaram 19,1%, saindo de 3.316 para 2.817 casos. Também houve queda de 17,5% nos registros por receptação, com 1.257 ocorrências em 2024 frente a 1.501 no ano anterior.

Sábado lidera furtos de celulares no país

O Anuário também mapeou os dias e horários com maior incidência dos crimes. Os furtos de celulares ocorrem com mais frequência aos sábados, principalmente por volta das 10h e entre 18h e 20h. Em 2024, o Brasil registrou mais de 917 mil casos de furtos e roubos de celulares — uma queda de 13% em relação a 2023.

Os finais de semana concentram 34% dos furtos: 18% aos sábados e 16% aos domingos. Homens e mulheres são vítimas em proporções iguais (50%), e pessoas de 20 a 39 anos representam 46% das vítimas desse tipo de crime.

Já os roubos — quando há uso de violência ou ameaça — ocorrem predominantemente nos dias úteis, com maior concentração no período noturno: 41% entre 18h e 23h. Nesse tipo de crime, os homens representam 59% das vítimas, e 52% estão na faixa etária de 20 a 39 anos. Oito em cada dez roubos ocorrem na rua.

As capitais com maior taxa de celulares subtraídos por 100 mil habitantes são:

• São Luís (MA): 1.600

• Belém (PA): 1.452

• São Paulo (SP): 1.425

Apenas 8% dos celulares são recuperados

O Anuário revela ainda que apenas 1 em cada 12 celulares furtados ou roubados é recuperado pelas forças de segurança — o que representa apenas 8% de todos os casos registrados no país.

Atualmente, 13 unidades da federação possuem ao menos um programa estadual voltado à recuperação de aparelhos: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Piauí, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Amazonas e o Distrito Federal.

Por outro lado, oito estados não têm nenhuma iniciativa nesse sentido: Amapá, Goiás, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins.

Outros seis estados — entre eles Mato Grosso — possuem apenas iniciativas isoladas, conforme classificado pelo estudo: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Acre, Paraná e Rio de Janeiro.

O Anuário destaca que, embora os dados mostrem uma tendência de queda nos roubos e furtos em geral, a baixa taxa de recuperação de celulares aponta para limitações na capacidade de investigação e no processamento desses casos pelo poder público. “Essa deveria ser uma agenda a ser priorizada”, conclui o relatório.